Luiz Fux defendeu na TV Justiça a tentativa do STF de furar a fila na Fiocruz para reservar 7 mil doses da vacina contra a covid-19.
Nada disso está previsto no plano nacional de imunização divulgado pelo Ministério da Saúde na semana passada — ainda que estivesse, seria um absurdo.
O ofício do Supremo foi enviado no dia 30 de novembro e é assinado pelo diretor-geral Edmundo Veras dos Santos Filho.
Não foi acatado, mas, se fosse, poderia permitir que pessoas que não estão nos grupos considerados prioritários tivessem acesso antes do resto da população.
“Nós também temos que nos preocupar para não pararmos as instituições fundamentais do Estado, nem o Executivo, nem o Legislativo, nem o Judiciário, normalmente, digamos assim, integrados por homens e mulheres que já têm uma certa maturidade”, alegou Fux.
“Nós, por exemplo pedimos, de toda forma educada, ética, dentro das possibilidade quando todas as prioridades forem cumpridas de que também os tribunais superiores tenham meios para trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma”.
A coisa piora.
A ideia, segundo ele, é “o Judiciário não parar”.
Ora. Que tal videoconferências?
No início do mês, promotores de São Paulo fizeram o mesmo pleito e justificaram que “não é uma questão de egoísmo em relação a outras carreiras”.
A rainha Elizabeth e seu marido, o príncipe Philip, anunciaram que seguirão o protocolo e farão o procedimento normal para qualquer cidadão britânico.
Nós, porém, somos uma sociedade de castas. É a nossa herança maldita.
Fux justifica pedido de vacina pro STF: Fizemos pedido de forma forma delicada, ética, quando prioridades forem cumpridas, de que tribunais superiores tenham meios p/ trabalhar…STF teve preocupação ética, a hora que for o momento certo que tenham a vacina pro Judiciário ñ parar pic.twitter.com/A0niKg4oZp
— JOTA (@JotaInfo) December 23, 2020