VÍDEO – Gilmar diz que anistia para presos do 8/1 “não tem cabimento” e critica Bolsonaro

Atualizado em 11 de março de 2024 às 19:56
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Foto: Carlos Humberto/STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou os pedidos de anistia para os presos pelo ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e afirmou que a medida “não tem cabimento”. O magistrado ainda criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro por criar uma campanha para tentar perdoá-los e lembrou que ele fugiu para os Estados Unidos após a derrota nas eleições, abandonando seus apoiadores.

“Nós conseguimos avançar, temos condenado, assim como temos pessoas inocentadas e absolvidas. Não é caso, obviamente, de falar em anistia quando essas pessoas estão começando a cumprir pena”, afirmou Gilmar em entrevista ao programa “Estúdio i”, da GloboNews.

“Não tem cabimento anistia. São crimes extremamente graves”, prossegue. O ministro diz que existe uma “falta de solidariedade” do ex-presidente com seus apoiadores, já que ele “jogou essa gente na fogueira e foi para Miami”.

A campanha de Bolsonaro em busca de uma anistia aos presos pelo ataque terrorista começou em seu ato na Avenida Paulista no dia 25 de fevereiro. Na ocasião, ele afirmou que caberia ao Legislativo perdoar “aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília”.

Para Gilmar, a declaração é “uma tentativa de dizer: ‘nós estamos cuidando de você'”. O magistrado afirma, no entanto, que “essa gente tem que responder” pelos crimes e defendeu uma punição aos que “induziram” e “manipularam” os golpistas. 

Ele cita uma declaração do general Walter Braga Netto, que, após as eleições de 2022, se dirigiu aos golpistas que estavam acampados em frente a quartéis-generais do Exército e afirmou: “Não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora”.

Além de Bolsonaro, seus aliados têm defendido uma anistia aos golpistas envolvidos com o ataque de 8 de janeiro. O ex-vice-presidente e atualmente senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) é autor de um projeto de lei que propõe perdão a eles.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC), nova presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, afirmou que o colegiado deve discutir a anistia dos condenados pelo ataque e que o próprio ex-presidente pode ser incluído na lista de perdoados.

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