Hoje completa quatro anos do início do golpe parlamentar derrubou a ex-presidente Dilma no Senado.
Às 6h30 da manhã do dia 12 de maio de 2016, o Plenário do Senado Federal aprovava a abertura de processo contra a presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Injustamente e sem provas, num processo repleto de irregularidades e fraudes, ela foi acusada de infringir normas fiscais em 2015. Dos 78 senadores presentes à sessão, 55 votavam favoravelmente ao relatório pró- impeachment de Antonio Anastasia, relator da denúncia na Comissão Especial do Senado. Outros 22 votaram contra. Às 10h, Dilma era afastada, temporariamente, do cargo de presidente da República, para o qual foi eleita com 54,5 milhões em 2014. Por volta das 11h daquele dia 12 de maio, Dilma Rousseff se encaminhou até o Palácio do Planalto para fazer um pronunciamento à Nação. Ali, diante de jornalistas e dos correligionários, ela reiterou que o impeachment era um golpe e alertou o que a decisão tomada pelo Senado representava um risco para o país, suas instituições e ao povo brasileiro.
O discurso de Dilma lembrou dos partidos de oposição que perderam as eleições presidenciais por quatro vezes consecutivas: em 2002 e 2006, com Lula; e em 2010 e 2014, com a eleição e reeleição dela ao cargo máximo da República. “Desde que fui eleita, parte da oposição, inconformada, pediu recontagem de votos, tentou anular as eleições e depois passou a conspirar abertamente pelo meu impeachment. Mergulharam o país em um estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: de tomar à força o que não conquistaram nas urnas”, lembrou a presidenta. Dilma ressaltou que seu governo era alvo constante de intensa e incessante sabotagem. “O objetivo evidente vem sendo me impedir de governar, e, assim, forjar o meio ambiente propício ao golpe. Quando uma presidente eleita é cassada, sob a acusação de um crime que não cometeu, o nome que se dá a isto, no mundo democrático, não é impeachment: é golpe”, denunciou.
“Não cometi crime de responsabilidade, não há razão para um processo de impeachment”, reiterou, lembrando que tinha uma vida limpa. “Não tenho contas no exterior, nunca recebi propinas, jamais compactuei com a corrupção. Esse processo é um processo frágil, juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente. É a maior das brutalidades que pode ser cometida contra qualquer ser humano: puni-lo por um crime que não cometeu”. “Nosso povo sabe que a história é feita de luta e sempre vale a pena lutar pela democracia. A democracia é o lado certo da história. Jamais vamos desistir, jamais vou desistir de lutar”, disse.
Com informações do site oficial do PT.