O interrogatório de Jairo Souza Santos Júnior — médico e vereador cassado, conhecido como Dr. Jairinho, réu pela morte do menino Henry Borel — nesta segunda-feira (13), contou com uma discussão entre a defesa de Jairinho e a juíza Elizabeth Louro, do II Tribunal do Júri.
O julgamento teve mais de duas horas de atraso. Marcado para 9h30, o julgamento teve, às 11h20, um apontamento, feito pela promotora Bianca Chagas, de matéria que insinuava que a juíza responsável pelo caso era “louca”. O texto teria sido repostado pelos advogados de Jairinho. A situação levou a defesa do ex-político a ficar de pé no plenário, o que incomodou a magistrada.
“Eu me sinto afrontada com todos os advogados em pé em cima de mim, e não vou permitir”, disse a juíza Elizabeth Louro.
Veja o vídeo
Caso Henry: Juíza discute com advogados de Jairinho durante julgamento.
“Eu me sinto afrontada com todos os advogados em pé em cima de mim e não vou permitir”, disse Elizabeth Louro, exigindo que a banca defensora se sentasse.
Leia: https://t.co/YI6LDLdNzC
Assista ▶️ pic.twitter.com/gZJrjQQ5xc
— Metrópoles (@Metropoles) June 13, 2022
Ela foi chamada de “Rainha de Copas” durante discurso do procurador-geral nacional de prerrogativas da OAB Federal, Alex Sarkis, em evento da OAB-RJ. Também, nessa mesma ocasião, foi insinuado que a magistrada era “impaciente e surtada”.
“Essa infeliz expressão não me atingiu. Nós, mulheres, estamos acostumadas com a misoginia, mas eu achei tão pobre, que não darei sequência”, disse a juíza.
O advogado de Jairinho, Claudio Dalledone, disse que a magistrada solicitou que a defesa do ex-vereador não se aproximasse dela durante o interrogatório.
“Nós iniciaremos hoje o ato sagrado de autodefesa, o interrogatório do acusado. Tivemos um dessabor ao início quando busquei um requerimento de pessoas que deveriam comparecer, e a juíza estranhamente disse que não permitiria que nós saíssemos da bancada de defesa, e que não nos aproximássemos dela. Também me presenteou com os adjetivos de cínico, deselegante, e disse que na audiência passada eu quase a agredi. As delegadas da ordem tudo presenciaram”, afirmou o advogado, antes do início da sessão.