O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a “presunção de inocência” para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas afirmou categoricamente que seu antecessor “tentou dar o golpe”. “O que eu defendo para ele eu defendo para mim: que ele tenha direito à presunção de inocência, que ele tenha direito de se defender e que ele seja ouvido. É só isso o que eu defendo”, declarou Lula em entrevista ao Uol.
“Não quero que ele seja condenado ou que ele seja inocentado, eu quero que ele seja julgado corretamente”. O presidente foi enfático ao mencionar as tramas golpistas do governo de extrema-direita. “Que ele tentou dar o golpe, tentou. Isso é visível.”
A crítica do presidente também se estendeu ao recebimento de joias por Bolsonaro. “Presidente da República não ganha joia, presidente da República ganha presente”, disse Lula, destacando a irregularidade do ato.
O presidente deixou claro que deseja um julgamento justo para Bolsonaro. “Quero que o veredicto seja em função do crime do tamanho que ele cometeu”, afirmou Lula, reiterando que não deseja o mal a nenhum adversário.
Assista a partir de 49m45s:
Jair Bolsonaro está sob investigação em diversos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Alexandre de Moraes como relator. Os casos incluem a tentativa de golpe, que culminou no atentado de 8 de janeiro de 2023, e a venda ilegal de joias recebidas de presente da Arábia Saudita.
O tenente-coronel Mauro Cid, que agia como braço direito do ex-presidente, foi preso por falsificar comprovantes de vacinação em nome de Bolsonaro e, desde então, assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal guiando as demais investigações.
Além dos inquéritos criminais, Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido à organização de um ato no Palácio da Alvorada que visava atacar as urnas eletrônicas a embaixadores.