VÍDEO – Lula questiona autonomia do BC e critica manutenção da taxa de juros: “Uma pena”

Atualizado em 20 de junho de 2024 às 13:38
O presidente Lula em entrevista à rádio Verdinha, do Ceará, nesta quinta (20). Foto: Reprodução

O presidente Lula criticou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa de juros em 10,5% e voltou a questionar a autonomia do Banco Central (BC). O órgão tomou a decisão nesta quarta (19) após um ciclo de redução da Selic que teve início em agosto de 2023.

Citando o ex-presidente do BC Henrique Meirelles, que comandou a autarquia entre 2003 e 2010, ele questionou a autonomia de Roberto Campos Neto, atual chefe da instituição, e perguntou a quem ele estaria “servindo”.

“Meirelles tinha autonomia comigo tanto quanto teve o rapaz de hoje, só que o Meirelles era um cara que eu tinha o poder de retirar, como o Fernando Henrique Cardoso tirou tantos e outros tiraram tantos. Aí entenderam que era importante colocar alguém que tivesse um BC independente e que tivesse autonomia. Autonomia de quem? Autonomia para servir quem, para atender quem?”, questionou.

Na sequência, ele lamentou a decisão do Copom e afirmou que é “uma pena” manter a taxa de juros no atual patamar, apontando que quem mais sofre com ela é o “povo trabalhador”.

“Eles preferem, ao invés de fazer crédito, ganhar dinheiro através de uma taxa de juros de 10,5%. Foi uma pena que o Copom manteve, porque quem está perdendo com isso é o Brasil. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro”, afirmou o presidente.

A declaração foi dada em entrevista à Rádio Verdinha, do Ceará, nesta quinta (20), após o Copom interromper a queda na taxa de juros, que vinha sofrendo quedas por sete reuniões consecutivas desde agosto do ano passado, quando a Selic estava em 13,75%.

Essa é a segunda vez que Lula critica Campos Neto na semana. Na última terça (18), em entrevista à rádio CBN, o presidente afirmou que ele tem “lado político” e “trabalha para prejudicar o país”. O petista ainda citou o jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em homenagem ao presidente do BC.

O evento feito pelo bolsonarista gerou até uma ação do PT, que acionou a Justiça para tentar proibir o chefe da autarquia de dar declarações “de natureza político-partidárias”. A ação foi protocolada após ser noticiado que Campos Neto tem articulado uma vaga num eventual governo Tarcísio na Presidência em 2026.

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