VÍDEO – Malafaia promete dizer “o que vai acontecer” com Moraes no 7 de setembro

Atualizado em 20 de agosto de 2024 às 14:21
Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O pastor bolsonarista Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, está organizando uma manifestação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para o 7 de Setembro em São Paulo. Em um tom agressivo, ele promete fazer sua mais dura crítica pública ao magistrado, declarando pela primeira vez, em um discurso, que Moraes deve ser preso.

“Não sei o que as outras pessoas que vão discursar vão dizer. Mas eu direi com todas as letras, na manifestação do 7 de Setembro, o que tem que acontecer com o Moraes. Ele tem que ser preso, porque tem sangue nas mãos. O que ele fez com o Clezão [Clériston da Cunha], que morreu na Papuda, foi criminoso”, afirmou Malafaia em vídeo publicado nas redes sociais.

O pastor faz referência ao caso de Clériston da Cunha, conhecido como Clezão, que foi preso por participar dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e morreu enquanto estava preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Malafaia, que coordena o protesto planejado para ocorrer na Avenida Paulista, defende que as ações de Moraes representam uma perseguição política contra bolsonaristas e opositores do governo Lula.

“A gente sempre acreditou que havia uma perseguição a bolsonaristas e opositores do governo Lula, mas não tinha como provar. As reportagens da Folha de S.Paulo escancaram uma suspeita que já era de todos”, concluiu o pastor. Vale lembrar que a matéria escrita pelo jornalista estadunidense Glenn Greenwald não comprova irregularidades cometidas por Moraes nos âmbitos dos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

O protesto, que contará com a participação de figuras proeminentes do bolsonarismo, como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), visa intensificar as críticas contra Moraes. O objetivo, segundo Malafaia, é avançar em relação aos protestos realizados no primeiro semestre deste ano em São Paulo e no Rio de Janeiro, que também tinham como alvo o ministro do STF.

A manifestação ocorre em um momento delicado para Moraes, após reportagens da Folha de S.Paulo levantarem, sem provas concretas, suspeitas sobre suas ações no STF. Em resposta, o ministro afirmou que não há motivos para preocupação em seu gabinete.

“Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa a lisura dos procedimentos. Todos os procedimentos foram realizados no âmbito de inquéritos já existentes”, disse Moraes. Ele também ressaltou que seria “esquizofrênico” se auto-oficiar, uma vez que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, saiu em defesa de Moraes, minimizando a gravidade das acusações. “Na vida, às vezes existem tempestades reais e às vezes existem tempestades fictícias. Acho que estamos diante de uma delas”, declarou Barroso, reforçando a confiança na integridade dos procedimentos conduzidos por seu colega de tribunal.