Presente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suiça, nesta quarta-feira (17) para a sua primeira agenda internacional, o presidente da Argentina, Javier Milei, contou, em entrevista à GloboNews, como ele espera que seja a relação de seu país com o Brasil, presidido por Lula (PT) a quem ele já acusou de ser um socialista e prometeu cortar relações durante sua campanha em 2023.
“Vamos continuar tendo uma relação adulta”, respondeu brevemente à reportagem brasileira. Depois, ao ser questionado se ele acredita que será uma interação difícil, afirmou que “nada é fácil nessa vida”. “Queríamos que fosse. Precisamos tratar de fazê-la fácil. Vamos seguir mantendo as relações comerciais, aprofundando os laços comerciais e trabalhar juntos para entrar na OCDE”, finalizou.
“Vamos continuar tendo uma relação adulta”, respondeu o presidente da Argentina, Javier Milei, ao ser questionado por @biancarothier sobre relação com Lula. “Vamos seguir mantendo as relações comerciais, aprofundando os laços comerciais e trabalhar juntos para entrar na OCDE… pic.twitter.com/YfjhEdn8Uj
— GloboNews (@GloboNews) January 17, 2024
Milei também discursou no evento econômico. Em sua fala de 22 minutos, Milei afirmou que o Ocidente enfrenta perigos devido às ideias socialistas abraçadas por líderes globais.
“O Ocidente está em perigo porque, nos países que deveriam defender o liberalismo, a defesa da propriedade e a liberdade, estão abrindo as portas para o coletivismo”, alertou o presidente argentino.
Recebido no Fórum Econômico Mundial como alguém que "infundiu um novo espírito" em prol da liberdade econômica, Javier Milei afirmou que "o Ocidente está em perigo por causa de ideias socialistas" abraçadas por líderes globais: https://t.co/SFfE2c3dwV pic.twitter.com/myGFY4S2Ft
— Folha de S.Paulo (@folha) January 17, 2024
Em uma das primeiras decisões internacionais de Milei, ele enviou uma carta ao Brasil expressando a decisão de recusar a entrada do país no Brics.
Segundo informações obtidas pela GloboNews, Milei afirmou não considerar oportuna a adesão ao bloco dos países emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, apesar do convite estendido à Argentina e a outros cinco países em agosto deste ano.
Caso aceitasse o convite, a Argentina formalizaria sua adesão a partir de 1º de janeiro de 2024. Milei mencionou na carta que algumas decisões tomadas pela gestão anterior, como a criação de uma unidade especializada para a participação ativa no Brics, seriam revistas.
“Algumas decisões tomadas pela gestão anterior (do ex-presidente Alberto Fernández) serão revisadas. Entre elas, encontra-se a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país (Argentina) no Brics (…)”, escreveu Milei.
A carta, recebida em Brasília em 22 de dezembro, foi encaminhada aos líderes dos demais membros do Brics.