O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse que não tem medo de ser julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em entrevista ao “Estúdio I”, da GloboNews, nesta quarta-feira (10). No programa, ele afirmou ainda que teve uma “conversa acalorada” com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), onde deu suas “repostas”.
O ex-juiz expressou confiança em relação ao processo sobre sua gestão na Operação Lava Jato, afirmando que sua reunião com Mendes não foi para pedir ajuda sobre esse julgamento ou sobre a ação que pode cassar seu mandato.
“Não tenho medo, eu fui juiz da operação Lava Jato, a gente desmontou o maior esquema de corrupção da história desse país”, iniciou Moro. A apresentadora Andréia Sadi insistiu então em perguntar sobre o tom da conversa entre o senador e o ministro Mendes, que omitiu a pauta da reunião.
“Eu posso assegurar que era uma conversa privada, então prefiro não revelar o conteúdo específico. Eu não fui pedir nada, fui estabelecer um diálogo e acho que deveria até ser elogiado por buscar diálogo com pessoas que tenho profundas divergências”, ironizou o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).
“Foi uma conversa realmente acalorada, não vou entrar aqui em detalhes. Mas tudo o que o ministro me falou teve suas respostas”, disse. Segundo Guilherme Amado, no Metrópoles, Mendes teria chamado Moro e Deltan Dallagnol de “ladrões de galinhas”.
Sergio Moro diz que conversa com ministro Gilmar Mendes foi “acalorada”. “Eu não fui pedir nada, fui estabelecer um diálogo. (…) Tudo o que o ministro me falou teve as suas respostas. A ideia é poder olhar para a frente”.
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— GloboNews (@GloboNews) April 10, 2024
O julgamento de Moro:
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que também preside o CNJ, agendou o julgamento do relatório final da correição realizada pela Corte na Operação Lava Jato para a próxima terça-feira (16). Essa decisão foi tomada após o término do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que analisou um possível abuso de poder econômico na campanha que levou Moro ao Senado.
Na terça-feira (9), o TRE-PR decidiu por 5 votos a 2 contra a cassação do mandato do senador Sergio Moro. “A inelegibilidade de alguns gastos, mesmo assim, levando em conta os critérios da proporcionalidade e da relevância jurídica constituem irregularidades que não justificam a caracterização de abuso de poder econômico”, disse o presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, ao votar.