Santos voltou a ser palco de intolerância em tempos de pandemia.
A cidade, que ganhou destaque nacional quando o desembargador Eduardo Almeida Prado Siqueira foi filmado destratando um agente da Guarda Civil, volta ao noticiário pelo negacionismo.
Desta vez a protagonista é mulher.
Trata-se da advogada Celeste Gouvea. Ela se desentendeu com agentes no sábado, 5, após ser autuada pelo não uso de máscara de proteção contra a covid-19 em local público, conforme Decreto Municipal.
Celeste mora nos EUA e está em Santos há seis meses.
Circulava pela praia do Gonzaga e acabou impedida de atravessar a ponte.
“Não assinei porque não concordo com o que estava descrito ali, um documento com erro grotesco e incompleto. Não estava o local certo, e nem constava que eu possuía sim a máscara”, disse.
Segundo Celeste, que gravou a conversa com os agentes em vídeo, a autuação dizia que ela estava andando na Avenida Bartolomeu de Gusmão sem usar a máscara.
“Ele nem me perguntou se eu tinha máscara, já falou que eu estava sendo autuada porque não a estava usando”, disse ela, segundo relato do jornal Tribuna de Santos.
“Então tirei a máscara da mochila e mostrei. Também dizia no documento que eu estava na avenida em frente a um número de prédio, e eu não estava em frente a prédio algum, estava na praia, perto do mar, e ele deveria colocar o local correto na autuação”, disse ela.
“Eram 10 horas da manhã, na praia tinham crianças, pessoas de idade, atletas correndo, todos praticando esporte individual, em um local aberto e com distanciamento social. Não tem porque usar máscara num local assim. Se eu for para um mercado, shopping, ou mesmo andar na rua, coloco a máscara, mas ali não faz sentido algum pra mim”, alegou a advogada.
Celeste é contra a vacinação e acredita que para evitar o contágio deve fazer justamente o que estava fazendo: beber muito liquido, caminhar e tomar um pouco de sol.
“Exercícios, tratamento precoce e fortalecimento da imunidade é o que previne do contágio. Uma boa alimentação e cuidar da saúde física e mental. Sou totalmente contra a vacina, e não pretendo me vacinar. Não sou cobaia, essas vacinas foram colocadas para a população em tempo recorde, acredito que ninguém ainda saiba os efeitos colaterias que podem trazer”, diz.
Nos EUA, atua no ramo de imóveis.
“Nasci aqui, e tenho amigos e parentes em Santos. Mas moro em Miami desde 2006, e lá, inclusive, há muito tempo a máscara deixou de ser obrigatória. Assim como a vacinação no país. Vou voltar para lá nesta quinta-feira (10), e nem quero saber de vacina. Nem cogito isso”, conta Celeste.
A prefeitura emitiu nota sobre o caso:
“O guarda a orientou sobre a obrigatoriedade do uso correto da máscara facial. Diante da recusa foi aplicada multa, prevista em legislação municipal, no valor de R$ 300,00. A GCM destaca que a multa é aplicada quando a pessoa não traz consigo a máscara e/ou se recusa a usá-la corretamente, ou seja, cobrindo o nariz e a boca”.