Voltou a circular com força na internet trechos de um vídeo do jornalista Paulo Henrique Amorim sobre as chances de Jair Bolsonaro em 2018.
O vídeo é de julho de 2017 e Paulo Henrique Amorim já dizia que Bolsonaro, uma ameaça real à democracia, tinha chances reais de se eleger, dado que já estava em curso um movimento na Justiça Federal da 4a. Região para interditar Lula a tempo de evitar sua candidatura em 2018.
O jornalista já dizia que Bolsonaro era filho do casamento entre Sergio Moro e a Rede Globo.
Uma análise que hoje pode ser considerada banal, mas naquela época não.
Já se sabia que Moro e a Globo estavam unidos numa campanha para desgastar o PT e Lula.
Mas poucos diziam que a a estrada que construíam levaria a Bolsonaro.
Amorim morreu há um ano e quatro meses, de infarto, depois que a Record, aliada de Bolsonaro, o afastou da tela.
Mas esse vídeo mostra que as boas análises resistem ao tempo e nada tem a ver com profecia ou algo sobrenatural.
É avaliar o momento presente e traçar cenário possível, um misto de arte e técnica que a velha imprensa não tem mais.
O exemplo do dia é o editorial do Estadão, que declara apoio em Bruno Covas e diz que o voto em Boulos é uma aventura.
É o mesmo jornal que considerou uma escolha muito difícil optar por Bolsonaro, o representante da barbárie, e Fernando Haddad, o professor universitário que como prefeito conseguiu grau de investimento para São Paulo.
O atraso no Brasil tem várias causas, mas não há dúvida sobre uma delas: a imprensa brasileira. Pode chamar de porca (sem ofensa aos suínos), lixo, desinformada, semianalfabeta.
Mas ela é, acima de tudo, venal.
Não comete estupidez de graça.
Por isso, jornalistas como Paulo Henrique Amorim fazem muito falta e, em muitos agudos, são tirados de circulação, como fez a Record.
A boa análise, fundamentada na verdade, é revolucionária.