Uma audiência trabalhista realizada em 13 de novembro deste ano em Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, está causando repercussão nos meios jurídicos.
Durante o evento, uma juíza do Trabalho repreendeu, aos gritos, um depoente do caso em discussão, exigindo que o indivíduo respondesse diretamente a ela. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, a magistrada Kismara Brustolin interrompe o testemunho e se dirige ao homem em questão, declarando: “Eu chamei a sua atenção; você deve responder assim: ‘O que a senhora deseja, excelência?'”.
O depoente aparenta estar assustado e permanece em silêncio por alguns segundos. Em seguida, a juíza Kismara insiste que ele deve dizer: “O que a senhora deseja, excelência?”.
O homem alega não compreender, e ela continua a exigir, aos berros, que ele repita a frase. Por fim, ela decide desconsiderar o depoimento do testemunho, que estava sendo apresentado em nome da empresa envolvida no processo.
Durante a audiência, ele tenta explicar as dificuldades do depoente em se manifestar, alegando que o mesmo estava em uma feira.
Entretanto, a juíza interrompe o advogado, argumentando que o homem teria falhado em demonstrar “respeito”. Por fim, a magistrada conclui que a exclusão do depoimento ocorreu devido à testemunha não ter agido com “urbanidade e educação”.
Diante da repercussão do caso nesta terça-feira (28), a OAB-SC procurou o presidente do Tribunal Regional do Trabalho em Santa Catarina (TRT-12), José Ernesto Manzi.
A pedido da presidente da Ordem no Estado, Cláudia Prudêncio, o desembargador receberá a Comissão de Prerrogativas da entidade durante a tarde para discutir a questão.
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho em Santa Catarina (TRT-12) se pronunciou sobre o ocorrido:
“O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região tem como missão realizar a justiça nas relações de trabalho, contribuindo para a paz social e o fortalecimento da cidadania. A situação observada na audiência ocorrida em 14 de novembro na Vara do Trabalho de Xanxerê é um incidente isolado e será devidamente investigado pelo TRT-SC por meio de sua Corregedoria”.