VÍDEO: “Pode matar e eu parabenizo”, diz vereador do RS sobre cachorros nas ruas

Atualizado em 1 de novembro de 2023 às 22:59
Leo Mota falando de blusa de frio cinza
Vereador Leo Mota causou polêmica – Reprodução/Câmara dos Vereadores

A fazenda Vilanova, localizada a cerca de 90 quilômetros de Porto Alegre, foi palco de uma controvérsia envolvendo o vereador Leo Mota (PDT). Durante uma sessão da Câmara realizada em 9 de outubro, Mota fez um discurso que provocou indignação ao sugerir a violência contra cachorros nas ruas do município. Ele afirmou que apoiaria um vizinho que matasse um de seus quatro cães se estivessem causando incômodos.

Mota enfatizou a importância de manter os cães em casa, presos no pátio ou amarrados, e declarou: “Se sair do pátio e incomodar o vizinho, pode matar, e eu parabenizo quem matou. Tem que ser na casa.”

Em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (1º), o vereador citou uma “discordância política” com uma suplente de vereadora de Teutônia, cidade vizinha, que é defensora dos direitos dos animais e ajudou a disseminar o vídeo com o comentário polêmico.

Mota justificou sua fala afirmando que, por falta de estudo e por ser um “cara da roça,” suas palavras foram mal interpretadas. Ele assegurou que sua intenção não era incitar a violência, mas sim chamar a atenção para a necessidade de responsabilidade por parte dos tutores de animais de estimação.

O vereador explicou que sua declaração foi uma resposta a um incidente no qual um morador de Fazenda Vilanova sofreu um acidente de trânsito e teve uma perna quebrada após ter a passagem obstruída por um cachorro. Além disso, Mota alegou que produtores rurais têm enfrentado prejuízos causados por cães que invadem suas propriedades.

https://twitter.com/XandeObsessor/status/1719852798261485784

Na terça-feira (31), o vereador esclareceu em uma rede social que sua intenção não era defender a morte de cachorros, mas sim promover uma maior responsabilidade por parte dos tutores em relação aos seus pets. Ele afirmou: “Em momento algum eu falei que tem que matar. Quando eu digo que tem que eliminar é tirar da rua.”

O caso ganhou grande visibilidade após o deputado federal licenciado delegado Bruno Lima compartilhar a declaração nas redes sociais e solicitar uma investigação das falas do vereador.

De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, três denúncias anônimas sobre o caso foram recebidas e estão sob análise na Promotoria de Estrela.

A presidência da Câmara de Vereadores emitiu uma nota afirmando que respeita o direito de expressão dos parlamentares, mas não apoia ideias ou ações que violem direitos constitucionais, especialmente maus-tratos e violência contra animais. A Casa declarou que repudia qualquer forma de crueldade contra animais.

Leo Mota está em seu quarto mandato no Legislativo e foi reeleito em 2020 com 163 votos.

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