No Tribunal do Júri em Cascavel (PR), um grupo de advogados e um promotor de Justiça causaram um barraco durante sessão nesta terça (23). Na ocasião, o tribunal julgava os réus envolvidos no crime que resultou na morte de Ricardo de Oliveira Mauss, executado com 37 tiros em fevereiro de 2020.
O caso está relacionado ao tráfico de drogas local e à disputa entre grupos rivais pelo controle da região. Não se sabe como a confusão no tribunal começou, mas um vídeo da confusão foi divulgado nas redes sociais pelos advogados Cláudio Dalledone Júnior, Adriano Bretas e Renan Pacheco Canto.
Na gravação, é possível ver o promotor Thiago Trevizoli Justo, da 17ª Promotoria de Justiça de Cascavel, chamando um dos advogados de “safado”, “palhaço”, “frouxo”, “pilantra” e “seu bosta”. A discussão quase acabou em confronto físico.
A audiência foi suspensa e não há previsão para que ela seja retomada. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota após o caso e afirmou que repudia “todo e qualquer ataque covarde ao exercício da advocacia”.
“Com a lucidez e a ponderação que se exige, a Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Cascavel, juntamente à Seccional Paraná, tomarão as medidas pertinentes, de modo a garantir o respeito à prerrogativa profissional garantida legalmente, porquanto a advocacia é indispensável à administração da Justiça, inexistindo hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratarem-se com consideração e respeito recíprocos”, diz a ordem.
O promotor não se manifestou sobre o caso. Segundo os advogados, eles foram “brutalmente e covardemente ofendidos” por Trevizoli.