VÍDEO – Crianças dão entrevista coletiva em Gaza: “Queremos viver”

Atualizado em 7 de novembro de 2023 às 19:05
Crianças de Gaza participam de coletiva de imprensa e leem discurso. Foto: Reprodução

Um grupo de crianças concedeu uma entrevista coletiva na Faixa de Gaza nesta terça (7). Durante o discurso, elas pediram itens básicos, como água, comida e remédios, e criticaram o governo israelense por “mentir” ao dizer que os alvos dos ataques são os membros do Hamas.

“Desde 7 de outubro enfrentamos o extermínio, o morticínio, bombas voando sobre nossas cabeças. Tudo isso às vistas do mundo. Eles mentem ao mundo dizendo que estão matando membros do partido [Hamas], mas eles matam o povo de Gaza, nossos sonhos e futuro”, afirma uma das crianças.

Desde o início da guerra, mais de 10 mil pessoas morreram só em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde da região, 4.104 dessas vítimas eram crianças ou adolescentes. Em média, um menor de idade é morto e dois são feridos a cada 10 minutos desde que o conflito começou, de acordo com a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

O discurso ainda cita o ataque israelense ao principal hospital de Gaza, o Al-Shifa, que abrigava pessoas que tiveram que se deslocar de suas residências. O menino que lê o texto afirma que eles ficaram “com ainda menos recursos” após o bombardeio.

“Não há mais recursos para as crianças de Gaza e assim que viemos ao hospital Al-Shifa para nos proteger dos bombardeios ficamos com ainda menos recursos depois que bombardearam o hospital. A ocupação nos faz passar fome, nós não encontramos água, nem comida, e nós bebemos água suja”, prossegue.

As crianças ainda pedem proteção e dizem que querem “viver como as outras crianças vivem”. “Nós queremos viver, nós queremos paz, nós queremos os assassinos julgados. Nós, as crianças, queremos remédios, comida e educação. E nós queremos viver como as outras crianças vivem”, completa.

Metade da população de Gaza, que tem 2,2 milhões de habitantes, é menor de idade. Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tem cobrado por um cessar-fogo imediato, chamando o território de “cemitério para milhares de crianças e adolescentes”.

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