O vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil) debochou do padre Júlio Lancellotti e se gabou de ter conseguido assinaturas para um requerimento de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) “em menos de 30 minutos”. Ele ainda prometeu levar o religioso para a Câmara Municipal de São Paulo “nem que seja algemado” para prestar esclarecimentos.
O vídeo foi divulgado pelo vereador em dezembro de 2023. Quase um mês depois da publicação em tom de deboche, Thammy Miranda (PL) afirmou que foi enganado ao assinar o requerimento do colega. Segundo ele, Rubinho não citou o nome do padre ao coletar assinaturas no pedido de CPI.
“Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento. Se tivesse, jamais teria assinado porque defendo o trabalho dele. O padre está lá para ajudar as pessoas, nós estamos do mesmo lado. O que está acontecendo é uma grande fake news, o vereador está fazendo campanha política em cima”, afirmou Thammy ao jornal O Globo.
“Todo mundo vai saber o que tem por trás do Lancellotti. Esse padre vai ter que vir aqui prestar esclarecimento na Câmara. Vou arrastar ele para cá em coercitiva, nem que seja algemado”, afirmou Rubinho no vídeo divulgado em dezembro.
Na ocasião, o vereador bolsonarista afirmou que o objetivo da CPI é “investigar as entranhas dessas dessas ONGS que levam uma bagatela de dinheiro para explorar a miséria”. Ele ainda chamou o trabalho das organizações de “máfia da miséria”.
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Após ficar claro que o objetivo da CPI é apurar as atividades do padre e o pedido gerar repercussão negativa, pelo menos quatro vereadores retiraram as assinaturas no documento. Além de Thammy Miranda, Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) também alegaram que foram “enganados” por Rubinho.
Segundo os vereadores que retiraram o nome do requerimento, inicialmente o vereador bolsonarista afirmou que a CPI focaria na investigação apenas contra ONGs da Cracolândia.