Conquista das oposições no Congresso Nacional, o Auxílio Emergencial foi uma resposta necessária para um momento dramático, que ainda não findou. A pandemia não terminou, a vacinação em masssa não começou, a desigualdade e pobreza aumentam. No programa Pauta Brasil desta segunda-feira, 1º de fevereiro, o economista André Calixtre mediou a conversa com José Graziano da Silva e Tereza Campello sobre o fim do Auxílio Emergencial.
José Graziano da Silva é agrônomo, diretor geral do Instituto Fome Zero e ex-ministro Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome. Tereza Campello é economista e ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à fome. Ambos têm larga experiência na construção de políticas e ações que levaram o Brasil a outro patamar alimentar, nutricional e de renda.
Tereza acredita que o fundamental é justamente saber o quanto o Auxílio Emergencial afeta quem mais nos importa: o povo brasileiro. Ela relembrou que a crise não é resultado somente do coronavírus. “O Brasil já vinha com taxa alta de desemprego, cerca de 38 milhões de brasileiros queriam estar trabalhando, entre 20 e 30% da população em situação de desemprego e que vão acabar, com o fim do Auxílio Emergencial, indo para a rua tentar sobreviver”, disse.
O fim do Auxílio impacta também o consumo, é necessário para salvar vidas das pessoas e para garantir que a economia tenha um mínimo de funcionamento. “Se não for renovado viveremos um caos”, analisou Tereza, informando que voltamos para patamares de 2002 em termos de níveis de pobreza (antes do Fome Zero, Bolsa Família e um conjunto de políticas que venceu a pobreza, a desnutrição e mortalidade infantil). “Custa muito mais não continuar. Temos que construir um caminho para a justiça tributária, para que os muitos ricos e os que ganharam, inclusive com a crise da Covid-19, nos ajudem a sair do buraco que o país entrou”.
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