VÍDEO: “Sem luta antirracista o Brasil não será uma democracia”, afirma sociólogo

Atualizado em 9 de fevereiro de 2021 às 11:26

Nunca houve democracia racial no Brasil. A sociedade brasileira – e as suas polícias – foi modelada a partir da escravidão e criou estruturas e culturas racistas que demoram tempo para ser mudadas. O campo democrático e a esquerda devem à sociedade brasileira a incorporação da luta antirracista quando se trata de construir uma polícia democrática, cidadã e antirracista. E deve ser a pauta dos programas nas próximas eleições, pois são muitas ações que os governadores seriam os responsáveis. Esses foram alguns aspectos apresentados pelos participantes do Pauta Brasil desta sexta-feira, 22 de janeiro.

O programa sobre Violência Policial e Juventude Negra: como transformar a política de segurança pública contou com as participações de Gabriel Sampaio, Paulo Ramos e Benedito Mariano. A mediação foi da vereadora eleita pelo PT de Contagem (MG), Moara Saboia.

Para Paulo Ramos, sociólogo e coordenador do Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo, é importante relembrar que momentos de maior desigualdade aumentam também a violência contra jovens negros de modo absurdo. “Quais são os desafios para superar os números da violência policial no Brasil? A polícia se sente autorizada ao uso da violência mesmo na democracia, lembrou ele, que também alertou ser fundamental o diálogo ser ampliado, “envolvendo uma série de atores e instrumentos”.

Benedito Mariano, ex ouvidor da Polícia de São Paulo, atualmente Secretário Municipal de Segurança Cidadã, de Diadema (SP), falou do papel do município nesse debate e de como o Napp Segurança Pública da Fundação Perseu Abramo tem levado ele adiante. Em breve serão divulgados vários estudos e propostas.

Em Diadema serão iniciadas ações públicas para alterar as abordagens realizadas, “criando relações de dignidade humana e de combate ao racismo”, ou como rondas cidadãs e a inclusão de negros e negras na gestão pública. Mariano acredita que é preciso mudar estruturalmente a sociedade para combater o racismo estrutural. “Sem incorporar o antirracismo não vamos alterar a segurança pública”, defendeu ele.

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