Na última quinta-feira (7), durante a fase classificatória da ginástica rítmica nas Olimpíadas de Paris, a treinadora húngara Noémi Gelle fez um gesto que se assemelha ao símbolo “white power” (poder branco, em tradução livre), utilizado por grupos de supremacia branca nos Estados Unidos e outras organizações nazistas.
No vídeo, Gelle e sua atleta, Fanni Pigniczki, aparecem acenando para a câmera enquanto aguardam a nota da ginasta. Em seguida, a treinadora realiza o gesto, que, mesmo parecendo o sinal de “ok”, forma as letras “W” e “P” com uma das mãos.
A cena não passou despercebida pelos espectadores, que rapidamente expressaram seu choque e indignação nas redes sociais. “O COI tem que fazer o banimento imediato dessa racista”, comentou uma usuária do X. Outro internauta acrescentou: “Vão falar que é símbolo de Ok. É assim que o nazismo segue ganhando força, na banalização e na passada de pano de muitos”.
Algo muito sério aconteceu hoje: Noemi Gelle, treinadora da equipe húngara, faz um gesto de supremacia branca.
Uma resposta ao pódio de mulheres negras + a treta da Romênia. Um absurdo e o COI tem que fazer o banimento imediato dessa racista!pic.twitter.com/JSn849ZjeR— Thuane (@thuxthuane) August 8, 2024
Recentemente, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já havia tomado uma atitude firme em um caso semelhante. Na semana passada, a entidade cancelou a credencial de um funcionário que fez o mesmo gesto durante a final do skate street feminino, quando a brasileira Rayssa Leal conquistou a medalha de bronze.
No Brasil, o gesto ganhou repercussão quando Filipe Martins, ex-assessor do então presidente Jair Bolsonaro (PL), fez o gesto em uma sessão do plenário em 2021. Investigado por participação na tentativa de golpe do 8 de janeiro, ele está preso desde fevereiro de 2023.
A Hungria, presidida pelo político de extrema-direita Viktor Orbán, teve outra atleta envolvida em um caso de preconceito nas olimpíadas. A boxeadora Luca Hamori perdeu uma luta contra a argelina Imane Khelif, alvo de ataque fake news sobre seu gênero. Após a derrota, a húngara afirmou em sua conta no TikTok que “teve de lutar contra um homem”.