Um motorista de aplicativo teve seu celular roubado enquanto passava pelo centro de São Paulo na última quinta-feira (31), por volta das 18h, na Avenida Rio Branco, na região da Cracolândia. No entanto, o que seria mais um caso de rotina ganhou uma reviravolta.
Alegando ter visto o rosto do assaltante, o motorista pediu ajuda aos policiais das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) da Polícia Militar de São Paulo: “Tem como ir ali? Eu vi quem foi”. Os PMs se recusaram a ajudar a vítima, alegando que “ali (onde o ladrão está) é impossível ir”.
Conversando com um repórter do Metrópoles, que gravou a situação, o motorista lamentou a perda: “Mó prejuízo, acabei de pagar meu celular”. Foi quando um usuário de drogas fez sinal, vindo em direção ao motorista. Na sequência, um comerciante deu um toque. “Vai lá que eles vão devolver. Vai lá. Vamos lá, que eles devolvem”, afirmou, acompanhando o motorista.
“Vão buscar o celular lá, mano”, disse a vítima enquanto acenava para os policiais, que continuaram parados. O dependente abordou o motorista e explicou que a intenção não era prejudicar quem estava trabalhando: “Fca aqui, truta. Eu sou boca do lixo, eu gosto de roubar é rico, que tem ouro. Celular para mim não presta. Calma, aí”, afirmou.
O motorista, então, foi até um grupo em que estavam outros usuários e, depois de algum tempo, voltou com o celular em mãos. “Devolveram meu celular”, disse. “Eu preciso ir embora, irmão, senão vai ‘moiar’ [molhar] pra mim, aí”, afirmou, enquanto os policiais seguiam parados próximos às suas motos. Após recuperar o aparelho, o homem assaltado não quis dar mais explicações.
Por fim, o dependente químico explicou o motivo de ajudar o motorista: “Vou tentar adiantar, mas nós não ‘tem’ culpa, véio. É cada um no seu corre”.
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