Após ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta (2), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse ter recebido “com surpresa” a ação da corporação. Ela confirmou que seu passaporte, dois celulares e um HD foram apreendidos pela PF, e disse que teve “poucos encontros” com o hacker Walter Delgatti, responsável pela Vaza Jato.
“O que eu tenho de relação com esse Walter Delgatti é que um dia eu o conheci saindo de um hotel, ele pediu meu telefone, eu dei meu telefone. Ele a cada momento mudava de telefone ou então quando falava ele apagava as mensagens. Não gostava de falar por telefone, sempre queria falar ao vivo, mas foram poucos encontros, acho que dois encontros ou três no máximo, em que a gente conversou sobre tecnologia”, afirmou a deputada.
Zambelli diz que deu uma “ajuda financeira” ao hacker para que ele pudesse viajar para Brasília e organizou reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo a deputada, Delgatti “ofereceu o serviço de participar de um tipo de auditoria das urnas eletrônicas durante o primeiro e segundo turnos”.
A deputada ainda negou a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso e disser se “mentira” que eles teriam conversado por meio de ligação. “A partir dali não houve mais qualquer contato com o presidente Bolsonaro. É mentira o que disseram a respeito do telefone, que coloquei um chip novo e etc. Nunca fiz isso e nunca liguei para o presidente Bolsonaro para falar sobre qualquer assunto relacionado a isso”, prosseguiu.
Ela diz que “estão tentando envolver” Bolsonaro no caso pelo fato dela ser “bastante ligada” a ele. Zambelli também confirmou ter pagamentos de cerca de R$ 3 mil para o hacker e se irritou com perguntas dos jornalistas.
“Eu pagaria R$ 3 mil para se arriscar dessa forma para fazer uma brincadeira de mau gosto? Porque essa questão do CNJ foi só uma brincadeira de mau gosto. Eu sou uma deputada séria. E acho que não participaria de uma piada de mau gosto com o Alexandre de Moraes. Eu sei o que pode acontecer com um deputado que brinca com ministros do STF. Haja vista nosso amigo Daniel Silveira que está preso em Bangu”, afirmou.