Cristiano Zanin Martins, o advogado de Lula, revelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça (9) que a Lava Jato usou seus vizinhos para obter informações sobre o ex-presidente.
“No material que foi encontrado, nós temos outras revelações sobre a trama da Lava Jato, não só contra o reclamante e seus familiares, mas também contra seus advogados”, afirmou o advogado.
Segundo Zanin, a procuradora Ana Mara disse a Deltan Dallagnol que recebeu uma informação de uma vizinha dele de que sua esposa teria viajado:
“Deltan, uma informação que recebi de uma vizinha residêncial do advogado Cristiano, do Lula: a esposa dele, Valeska, que você deve saber que é filha do Roberto Teixeira, viajou para Genebra e desde então ela tem ouvido eles lixando, quebrando a parede drywall”, disse a procuradora segundo Zanin.
“Obrigado, Ana Mara. Acho que vale uma checagem mais geral das viagens”, respondeu Deltan antes de encaminhar a mensagem.
No grupo de procuradores, Deltan copiou e colou a mensagem e escreveu:
“Caros, recebi esta info e acho que vale a pena checar saídas do país e destinos. Quem pega isso para analisar?”
O trecho foi lido no julgamento do STF que garantiu o acesso de Lula às mensagens da Lava Jato.
Para Zanin, a troca de mensagens é um “escândalo inaceitável”:
“Inaceitável, isso assola o devido processo legal, não pode ser aceito. Não pode ser soterrado para que ninguém descubra as ilegalidades da Lava Jato, para além daquelas que já são conhecidas”, reclamou.
Lava Jato não só grampeou ilegalmente advogados de Lula como monitorou a vida particular deles. https://t.co/EObjdC0bcx pic.twitter.com/texCCRsvZc
— JornalismoWando (@JornalismoWando) February 10, 2021