Vídeos e fotos de bolsonaristas evidenciam caráter golpista dos atos de 8/1

Atualizado em 7 de janeiro de 2024 às 23:13
Bolsonaristas invadem a praça dos Três Poderes e depredam os prédios em 8 de janeiro de 2023. Foto: Gabriela Biló

Fotos e vídeos feitos pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante atos golpistas de 8 de janeiro, assim como mensagens de texto e áudios trocados antes e durante os atos, fornecem evidências do caráter antidemocrático do protesto, contrariando o discurso de que a mobilização era pacífica.

Os dados, coletados nos celulares dos detidos pela Polícia Federal (PF), têm sido utilizada como argumento para as condenações dos primeiros réus.

Diversos participantes mencionam explicitamente o pedido de intervenção das Forças Armadas e manifestam o desejo de derrubar o governo eleito. Além disso, há registros de comemoração pela destruição do patrimônio público.

O conteúdo dos celulares também revela a organização dos eventos. Apesar da coleta do material, que está sob análise do Judiciário, as defesas negam a intenção golpista.

Ilson Oliveira, por exemplo, foi um dos manifestantes que demonstrou o objetivo dos atos de forma mais explícita. Em um vídeo gravado dentro do plenário do Senado, ele declarou: “se não quebrar, as Forças Armadas não vêm”. Também no Senado, Fátima Pleti enviou um áudio defendendo “intervenção militar já” e gravou a si mesma cantando “Forças Armadas salvem o Brasil”.

Outro exemplo é Fernando Marinho, que gravou um vídeo pela manhã afirmando que o povo iria “tomar o poder” naquele dia e que estariam “de braços abertos para recebê-la”.

Além disso, diversos registros contrariam a alegação de que não havia intenção de cometer vandalismo. Manifestantes comemoraram a destruição do patrimônio público e expressaram a vitória na invasão de prédios governamentais.

O conteúdo de um grupo de WhatsApp, do qual Regina Carvalho fazia parte, revela uma discussão sobre “tomar o poder”. Os participantes utilizaram códigos para disfarçar o planejamento da manifestação golpista, chamando o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército de “hotel” e a Praça dos Três Poderes de “praia”.

Após os eventos, houve uma orientação para que as mensagens do grupo fossem deletadas.

As defesas dos acusados negam as acusações, alegando interpretações equivocadas e defendendo a manifestação como pacífica. O processo está em análise, aguardando a decisão judicial sobre as evidências apresentadas pela PF.

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