Por Luan Araújo
Os campeonatos estaduais pelo Brasil terminaram neste fim de semana com alguns resultados esperados, como os títulos do Palmeiras em São Paulo, do Grêmio no Rio Grande do Sul e do Atlético em Minas Gerais. A grande história do fim de semana mesmo ficou reservada para o Rio de Janeiro, onde o Flamengo tinha aberto uma vantagem de dois gols sobre o Fluminense no último fim de semana, mas viu o rival Tricolor atropelar na segunda partida e conquistar o bicampeonato após uma goleada categórica por 4 a 1. O resultado fecha com chave de lata um semestre onde os movimentos da diretoria rubro-negra se mostraram soberbos. E completamente equivocados.
Contratado no final do ano passado após sair do Corinthians sob o pretexto de uma doença de sua sogra em Portugal, Vítor Pereira cresceu seus olhos ao ver um elenco campeão da Copa Libertadores e da Copa do Brasil podendo ser comandado por ele. Para assumir esse elenco, ele passou por cima de qualquer escrúpulo, do discurso que usou para sair do clube paulista e assumiu.
Seus empregadores no Rio de Janeiro seriam Rodolfo Landim e Marcos Braz. A conduta dos dois como cidadãos é, no mímino, questionável. A esposa de Landim, Angela Machado, Diretora de Responsabilidade Social do rubro-negro, postou após o segundo turno das eleições presidenciais um ataque aos eleitores nordestinos que votaram em Lula. Já Marcos Braz é vereador da cidade do Rio de Janeiro, eleito pelo PL, o mesmo partido de Jair e Michelle Bolsonaro.
Estes dirigentes, como já expliquei em outro texto aqui no DCM, não medem muitos valores éticos para saírem por cima. Voltaram a treinar em meio ao pico da pandemia do País de forma clandestina e fizeram lobby junto ao ex-presidente para que os jogos voltassem quando, decididamente, ninguém estava preocupado se o futebol ia voltar ou não.
Vítor Pereira confiou nessa gente para continuar no Brasil. Ganhou o desprezo da torcida do Corinthians por tabela e uma pressão absurda por resultados. Conseguiu fracassar em todas as frentes: na Supercopa do Brasil, talvez na melhor atuação do time no ano, o Flamengo perdeu para o Palmeiras; No Mundial de Clubes, a derrota para o Al-Hilal na semifinal impediu o time de disputar a final contra o Real Madrid. Na Recopa Sul-Americana, a derrota para o Independiente Del Valle colocou para VP a obrigação de vencer o Campeonato Carioca para se manter no cargo. Não conseguiu.
O baile do Fluminense neste domingo foi emblemático. Vitor Pereira tirou Gabigol no intervalo com o time perdendo por 2×0. Tomou mais dois gols e viu o título parar nas mãos do time de Fernando Diniz, que conquistou seu primeiro título de expressão na carreira.
Após o jogo, Marcos Braz, com a arrogância de sempre, falou que irá tomar decisões com sabedoria. O Flamengo, que tem uma arrecadação bilionária em todos os anos, decididamente não trabalha com sabedoria. Só com soberba, arrogância e sem nenhum escrúpulo. Vítor Pereira, que provavelmente será demitido nesta segunda-feira, pagou para ver com quem estava se metendo. Poderia sair com uma boa lembrança da torcida do Corinthians, após um trabalho de certa forma razoável. Vai sair do Brasil como uma piada, detestado pelas duas maiores torcidas do país e como um erro de uma diretoria bolsonarista.