Por Aloizio Mercadante
As anulações das condenações do presidente Lula são uma gigantesca vitória política. Ainda que os desdobramentos jurídicos, especialmente a respeito da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, perdurem, a decisão do ministro Edson Fachin reconhece um argumento que a defesa de Lula sustenta desde 2016, o da incompetência da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba para decidir sobre as acusações contra Lula.
Apesar de não reparar os prejuízos contra Lula, que ficou 580 dias preso injustamente, e contra o país, que foi atirado no obscurantismo, na truculência e no desmonte do estado, promovidos pelo governo Bolsonaro, o reestabelecimento dos direitos políticos de Lula inaugura um novo momento político. Abre também um novo cenário e um novo horizonte de futuro.
Lula é a síntese desse Brasil profundo, que mais tem sofrido com os impactos da pandemia, com o desmonte do estado de bem-estar social, com o desemprego e com a volta da inflação.
Lula é a esperança de milhões de brasileiros, que querem se reencontrar com a democracia, com a justiça social, com a distribuição de renda e com um país melhor para todos e para todas.
Dedico meus sentimentos e minha emoção com este momento a todos companheiros e companheiras que nunca abdicaram da luta em defesa da inocência de Lula, em especial aos imprescindíveis militantes da vigília Lula Livre.
Seguimos confiantes de que a verdade será reestabelecida pela justiça com o julgamento da parcialidade do ex-juiz Moro que, em conluio com os procuradores da Lava Jato como revelou a Vaza Jato e a Operação Spoofing, impediu que Lula voltasse a ser presidente em 2022 e com a total absolvição de Lula no mérito dos processos.
Aloizio Mercadante é ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo