Vitória de Trump motiva “explosão” de mensagens racistas e EUA investigam

Atualizado em 9 de novembro de 2024 às 10:07
Donald Trump, eleito presidente dos EUA, em comício antes das eleições. Foto: reprodução

Após a eleição de Donald Trump ser confirmada na quarta-feira (6), autoridades dos Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre uma série de mensagens racistas enviadas a pessoas negras em pelo menos 21 estados. As mensagens, que chocaram o país, ordenavam que os destinatários, identificados nominalmente, se apresentassem a um “feitor” para “colher algodão” em uma fazenda.

Segundo o jornal The New York Times, algumas mensagens mencionavam o candidato republicano, e as vítimas eram até mesmo crianças e adolescentes, particularmente na cidade de Nova York.

A NAACP, principal associação dos direitos civis no país, reagiu prontamente. O presidente da organização, Derrick Johnson, descreveu o caso como “um aumento alarmante da retórica de grupos racistas” e destacou que a vitória de Trump parece ter encorajado ações de ódio e intolerância.

Segundo ele, esse tipo de mensagem revela como a retórica racista persistente de Trump ao longo dos anos inspira ações extremas. Trump tem um histórico de declarações polêmicas, incluindo afirmações infundadas de que imigrantes haitianos nos EUA estariam prejudicando a sociedade, contribuindo para o ambiente de discriminação.

Barcociata pró-Trump teve bandeira nazista em embarcação com filho do então candidato. Foto: reprodução

O FBI declarou que está investigando o incidente, e o governo da Louisiana anunciou que localizou o servidor de onde partiram as mensagens, na Polônia. Contudo, as autoridades ressaltaram que o servidor estrangeiro pode ter sido apenas uma forma de ocultar a verdadeira origem dos disparos, que pode estar nos próprios Estados Unidos.

A Casa Branca, por sua vez, emitiu uma nota oficial condenando o ocorrido. “O racismo não tem lugar nesse país, e ponto final”, afirmou a porta-voz Robyn Patterson. A equipe de Trump também negou qualquer ligação com o caso e afirmou que o presidente eleito “não tem absolutamente nada a ver com essas mensagens”.

Entre os detalhes perturbadores das mensagens, alguns alertavam que as vítimas seriam levadas por “donos de escravos executivos” em uma van marrom, sendo sujeitas a revistas ao chegarem à “fazenda”.

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