Marinalva Barros, esposa de Ailton Gonçalves Moraes Barros, recebia desde 2008, R$ 22,8 mil em pensão a cada mês pela “morte” de seu marido. Acontece que o ex-militar não faleceu, mas foi expulso das Forças Armadas por crimes como abuso sexual e desvio de armas para traficantes do Rio de Janeiro. Considerado “um oficial Indigno” para as FA, o bolsonarista estava fora do cargo desde 2006, e seu processo foi encerrado pelo Supremo Tribunal Militar em 2014.
Este valor seria a quantia bruta da pensão, a soma líquida são aproximados R$ 15 mil. As informações do Portal da Transparência apontam que durante todos esses anos, Barros era considerado um “morto ficto”, o que garante o direito à pensão, que foi registrado como “major”.
Apesar da “bizarrice”, o trâmite não é ilegal, mesmo considerando a expulsão, ou informando que Marinalva estaria viúva de Ailton, que está vivo. Quando um oficial é expulso de uma das organizações militares da União da qual fazia parte, sua esposa recebe como se ele estivesse morto “para que a punição imposta ao militar não atinja seus dependentes”. Ou seja, o ex-militar foi “aposentado à força”, mas é sua esposa quem fica com o dinheiro pelo resto da vida.
Ligado às milícias, além dos crimes, constam na ficha de Barros indisciplinas como desrespeito aos superiores hierárquicos, tentativas de diminuição das autoridades de soldados que faziam a segurança de áreas militares, distribuição de panfletos eleitorais de sua campanha a deputado estadual e tentativa de atropelamento em alta velocidade dentro da Vila Militar.
O “2° irmão” de Jair Bolsonaro, foi preso nas investigações sobre as fraudes dos comprovantes de vacinação na última quarta-feira (3). Ao ser detido, Ailton disse saber quem é o mandante da morte da vereadora Marielle Franco. Ele afirmou que o responsável é um ex-deputado estadual do Rio de Janeiro.