Wall Street dá uma banana para democracia e apoia Trump em peso por menos imposto

Atualizado em 16 de junho de 2024 às 22:53

Em março de 2024, Donald Trump iniciou um movimento que alguns jornalistas políticos americanos chamaram de “retorno dos endinheirados”. Esse movimento ganhou força desde que Trump alcançou a maioria dos delegados nas primárias do Partido Republicano à Casa Branca.

A situação chamou mais atenção na última quinta-feira, quando o ex-presidente se reuniu em Washington com cerca de 90 CEOs de grandes corporações americanas.

Entre os presentes estavam Jamie Dimon (JP Morgan Chase), Jane Fraser (Citigroup), Brian Moynihan (Bank of America), Doug McMillon (Walmart), Charles W. Scharf (Wells Fargo) e Tim Cook (Apple). O encontro foi promovido pela Business Roundtable, uma associação voltada para o lobby empresarial. O presidente Joe Biden, também convidado, não compareceu devido a sua viagem para a Cúpula do G7 na Itália.

A visita de Trump a Washington foi repleta de simbolismos. Além da conversa informal de uma hora e meia com os CEOs, ele retornou ao Capitólio pela primeira vez desde a invasão do prédio por seus apoiadores em janeiro de 2021, que resultou em um processo de impeachment. O ex-presidente buscou transmitir a imagem de um partido unificado e aparar arestas com alguns dos nomes mais ricos do país.

Na acirrada disputa eleitoral, onde Biden e Trump estão empatados em muitas pesquisas, o financiamento de campanha é crucial. Até o fim de abril, Biden celebrava uma vantagem de US$ 35 milhões em relação a Trump. No entanto, os republicanos anunciaram US$ 141 milhões em doações em maio, com mais de US$ 53 milhões arrecadados nas 24 horas após a condenação judicial de Trump.

Em um jantar em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump prometeu a 20 líderes da indústria do petróleo que, se eleito, aceleraria processos de aquisições de empresas e derrubaria medidas de proteção ambiental aprovadas por Biden. Em troca, ele esperava um derramamento de US$ 1 bilhão na campanha republicana.

Trump e seus apoiadores. Foto: Divulgação

Apesar da separação inicial entre Trump e Wall Street no fim de 2020, muitos bilionários estão reconsiderando seu apoio ao ex-presidente. Entre eles estão Stephen Schwarzman, Bill Ackman e Kenneth Griffin. Além disso, Bernie Marcus, Larry Ellison e Cantor Fitzgerald também são esperados para apoiar Trump financeiramente.

A principal razão pública dos bilionários para reconsiderarem Trump é a preocupação com a economia sob Biden, marcada pela alta da inflação e o aumento do gasto público. No entanto, analistas concordam que o verdadeiro desejo é menos impostos e regulamentações para os negócios.

A manutenção da Lei de Redução de Impostos e Aumento de Empregos, aprovada por Trump em 2017, é um ponto crucial. Essa lei, que expira no próximo ano, é vista pelos democratas como um benefício desproporcional à parcela mais rica da população e um aumento do déficit fiscal do país. Trump prometeu mais cortes de impostos.

Estudo do Institute on Taxation and Economic Policy (ITEP) mostrou que as 296 maiores empresas dos EUA economizaram US$ 240 bilhões entre 2018 e 2021 devido à alteração da lei. Nesse período, lucraram 44% a mais e pagaram 16% a menos ao governo federal. No entanto, com a pandemia de Covid-19, Trump deixou o governo com uma redução de 2,7 milhões de postos de trabalho, algo só visto na Grande Depressão de 1929.

Os democratas têm argumentado que os índices econômicos são positivos e que o setor produtivo precisa parar de aumentar o preço dos produtos. Eles também enfatizam que a eleição deste ano não é apenas sobre modelos econômicos, mas sobre a sobrevivência da democracia.

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