Na última sexta-feira (24), o advogado Frederick Wassef, em nome do Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o presidente “não interferiu na Polícia Federal” e que não tem “nada a ver com essas gravações” que foram feitas a partir de telefonemas realizados pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. A informação foi dada pela jornalista Andreia Sadi, do G1.
A GloboNews revelou uma conversa entre Ribeiro e sua filha, no qual ele fala que recebeu uma ligação de Bolsonaro, indicando que o ex-ministro estava sendo investigado pela Polícia Federal e que seria alvo de uma operação. O telefonema ocorreu em 9 de junho.
Wassef foi questionado se o presidente da República ligou para Ribeiro e falado sobre um pressentimento de busca e apreensão.
“O que se tem por ora é : Milton Ribeiro está usando o nome do presidente de forma indevida, sem autorização. Ele que responda pelos atos dele, ele que se explique”, disparou o advogado.
Frederick ficou conhecido em todo o país por ser advogado da família Bolsonaro. Ele é responsável por defender Flávio Bolsonaro, no caso das rachadinhas, e Jair Renan, por suposta prática de tráfico de influência. Wassef também deu moradia para Fabrício Queiroz, que foi preso em 2020.
Milton acabou sendo preso, na última quarta (22), na operação “Acesso Pago”. O trabalho da PF investiga supostos pagamentos de propina e ação de lobistas no processo de liberação de verbas do MEC a municípios. Foram feitos quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão.
Na quinta (23), o ex-ministro saiu da carceragem da PF depois da decisão do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também foram soltos.
Na sexta (24), a GloboNews revelou que Milton ligou para a sua filha e contou que recebeu informações de Bolsonaro sobre uma possível ação da Polícia Federal.
“A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, declarou Ribeiro.
“Ele quer que você pare de mandar mensagens?”, perguntou a filha. “Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”, explicou o ex-ministro.