O advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, declarou durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (15) em São Paulo, que fez uma viagem aos Estados Unidos em 14 de março deste ano e adquiriu um relógio Rolex como “presente ao governo brasileiro”. Wassef, entretanto, negou qualquer envolvimento em uma suposta “operação de resgate” da joia, conforme alegado pelo ex-assessor de Bolsonaro.
Um relógio Rolex havia sido presenteado a uma comitiva do ex-presidente durante uma viagem ao Oriente Médio. De acordo com a Polícia Federal, essa joia teria sido ilegalmente vendida nos Estados Unidos pelo ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cid.
Durante a entrevista desta terça-feira, Wassef explicou que a viagem aos EUA já estava planejada e tinha fins pessoais. A compra do relógio, segundo o advogado, foi feita com seus próprios recursos financeiros, “do meu banco”. Ele levantou a possibilidade de que este relógio seja diferente: “E se este relógio for outro?”
“Utilizei meu próprio dinheiro para adquirir o relógio. Minha intenção ao comprá-lo era cumprir uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU)”, mas não deu mais detalhes sobre isso. Ele afirmou que a compra foi devidamente declarada à Receita Federal.
Wassef exibiu um recibo de compra no valor de US$ 49 mil, enquanto mencionava: “O governo do Brasil me deve R$ 300 mil.” Ele assegurou que “eu fiz o relógio chegar ao governo”, embora não tenha esclarecido como a joia foi reintroduzida no país.
Apesar de não mencionar quem o informou sobre o relógio, Wassef enfatizou que o pedido não partiu nem de Bolsonaro nem de Cid. Ele refutou a alegação de que foi escalado por assessores, afirmando: “A narrativa de que fui designado por assessores é inverídica.” O advogado também negou ter uma amizade próxima com Cid, descrevendo a relação como “bastante formal”.
Wassef explicou que o pagamento pelo relógio foi feito em dinheiro, por duas razões: para registrar a compra de acordo com a legislação dos EUA e para obter um “desconto”. “Consegui um desconto de US$ 11 mil. No Brasil, compras com cartão de crédito têm uma taxa de 5% de IOF.