“Weintraub tinha o momento PT: no meio da aula, descia o pau no Lula”, diz ex-aluno. Por Caíque Lima

Atualizado em 18 de janeiro de 2020 às 14:44
Abraham Weintraub. Foto: Reprodução

Apesar de não saber português, administrar ou fazer conta, Abraham Weintraub é mestre em Administração e graduado em Ciências Econômicas

Antes de ser ministro da Educação, ele foi professor da Eppen (Escola Paulista de Política, Economia e Negócios), campus de Osasco da Unifesp.

Gosta de afirmar que professores podem ter opinião fora do horário de aula e não devem “doutrinar” os alunos, mas não agia assim quando lecionava. 

 Um ex-aluno de Weintraub contou ao DCM que ele possuía o “Momento PT”: subitamente atacava Lula ou seu partido durante a aula.

“Era muito comum, no meio da aula, ele começar a descer o pau no Lula ou no PT”, diz Eduardo Cezar Mello (21), que ainda cursa Ciências Atuariais no Campus Osasco da Unifesp.

Ele foi aluno de Weintraub na disciplina de Mercado Financeiro.

No ano passado, um levantamento mostrou que quatro a cada dez tuítes de Weintraub atacam o PT, a imprensa ou a esquerda.

Segundo Eduardo, “não houve mudança no discurso dele como professor e agora como ministro. Ele sempre foi olavete, inclusive com as teorias da conspiração: ele abria o debate para isso na aula”.

Eduardo contou um episódio que ocorreu durante um debate em sala.

“No meio de uma aula, ele estava discutindo, se exaltou e arremessou o canetão na parede porque estava explicando que os alunos perseguiam ele”, relata.

Weintraub diz que foi perseguido por alunos comunistas enquanto lecionava na Unifesp.

Segundo Eduardo, “os alunos se juntavam para xingar ele. Mas é normal, porque eles fazem isso com outros professores que não são nem de esquerda e nem de direita”.

Ministro

Além da indicação de Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, não se sabe como ou por que Weintraub se tornou ministro da Educação.

Matéria do UOL mostrou que funcionários do campus em que atuou disseram que ele nunca se interessou por pedagogia e educação. 

Além disso, seu ódio por universidades é evidente: o ministro as acusa de promover balbúrdia, plantar maconha e ainda diz que concursos públicos só selecionam pessoas de esquerda (mesmo que tenha passado em um deles para lecionar na Unifesp).

Para Eduardo, “ele, com certeza, fez um trabalho muito melhor como professor do que como ministro”.

Mesmo que receba elogios de alunos, Weintraub tem só 34% de aprovação, segundo pesquisa Datafolha de dezembro. 

Assim como Witzel, Damares e o ministro da Educação que o precedeu, Ricardo Vélez, Abraham Weintraub mentiu em seu currículo.

Segundo seu Lattes, ele é fluente em português. Ele compreende bem, fala bem, lê bem, escreve bemo idioma.

Levantamento feito pelo DCM mostra que, em apenas dois meses, o ministro cometeu 33 erros de português em dois meses de Twitter.

Um felômeno.