X está disponível até na rede do prédio do STF, em Brasília

Atualizado em 18 de setembro de 2024 às 20:49
Ministro Alexandre de Moraes de perfil, sério
O ministro Alexandre de Moraes, do STF – Divulgação

A rede social X, bloqueada oficialmente no Brasil, permanece acessível até mesmo para usuários dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, a Corte não se pronunciou formalmente sobre o caso.

Relatos de usuários em várias partes do país ao UOL indicam que o microblog voltou a funcionar, inclusive por meio da rede Wi-Fi do STF. O acesso à rede social, bloqueada desde 30 de agosto por ordem do ministro Alexandre de Moraes, ainda é possível em alguns dispositivos. A decisão do bloqueio foi ratificada por cinco magistrados da 1ª Turma do Supremo.

Contudo, o funcionamento do X apresenta instabilidade, operando em alguns computadores, mas não em outros. Por volta das 14h30, o acesso pela rede Wi-Fi do tribunal começou a ser bloqueado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também voltou a postar na plataforma. Em sua última publicação, ele criticou a decisão de Moraes, afirmando que “quando a censura prévia é normalizada, perdemos nossa liberdade”. Sua postagem anterior havia sido feita em 30 de agosto, um dia antes do bloqueio.

Print de tweet de Jair Bolsonaro
Postagem de Jair Bolsonaro no X- Reprodução
Print de tweet de Jair Bolsonaro
Postagem de Jair Bolsonaro no X – Reprodução

Especialistas avaliam mudança no site como motivo de “drible” no bloqueio

De acordo com especialistas, uma recente mudança no X pode ter permitido que a plataforma burlasse o bloqueio. A responsabilidade pela execução do bloqueio recai sobre as operadoras de internet, que seguem as diretrizes de Moraes. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ainda está analisando o caso e deve se manifestar ao STF em breve.

Espera-se que Moraes só comente o ocorrido após ser notificado oficialmente pela Anatel. Na semana passada, o ministro aplicou uma multa de R$ 18,3 milhões à Starlink, empresa de Elon Musk, por descumprimento das ordens judiciais relacionadas ao microblog.

A plataforma continua bloqueada no país até que a empresa cumpra todas as determinações, como fornecer dados de perfis que publicaram ameaças contra delegados da Polícia Federal envolvidos nas investigações contra Bolsonaro e seus aliados.

A suspensão do X no Brasil está ligada a uma investigação sobre ataques coordenados contra policiais federais, que incluíram a exposição de dados pessoais de seus familiares e tentativas de suborno. A empresa não acatou as ordens judiciais, o que levou Moraes a impor multas e bloqueios, culminando na suspensão da rede social no país.