Jair Bolsonaro (PL) tem preferido não comentar a respeito do recente escândalo envolvendo o esquema de desvio de joias da Presidência para serem vendidas e no exterior e o dinheiro, embolsado por ele.
Em entrevista recente, com mais de 1 hora de duração, ao canal bolsonarista “Te Atualizei”, o ex-presidente comentou sobre diversos assuntos, atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou da vida, mas não fez nenhum comentário sobre o escândalo dos itens milionários.
Logo no começo da entrevista, Bolsonaro falou sobre as prisões de auxiliares próximos e voltou a defender o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso desde maio por participação no suposto esquema de inserção de dados fraudulentos no sistema do ministério da Saúde.
“Tem outros dois (auxiliares) que não eram diretos meus, mas estão presos: o (ex-ajudante de ordens Mauro) Cid e o sargento (Luis Marcos) dos Reis, cuja punição, se forem culpados, não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora. Um objetivo é uma delação premiada, e o outro é me atingir”, disse Bolsonaro na entrevista publicada neste domingo (13).
Em entrevista divulgada neste domingo de Dia dos Pais, 13, o ex-presidente @jairbolsonaro não mencionou a operação da PF de sexta, 11, que investiga um suposto esquema de venda de presentes que ele recebeu em agendas oficiais. Ele falou da prisão dos ex-ajudantes de ordens como… pic.twitter.com/ILOMkOZKEI
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) August 13, 2023
Na última semana, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Lucas 12:2”, que visa apurar o esquema articulado por Bolsonaro e sua equipe, voltado a compra e venda irregular de joias recebidas pelo ex-presidente de representantes internacionais enquanto ele estava no comando do Executivo brasileiro.
Os agentes da PF executaram mandados de buscas e apreensões em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, em endereços relacionados a pessoas ligadas a Bolsonaro, como o advogado Frederick Wassef, o pai de Mauro Cid, general Lourena Cid, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, que atua diretamente na equipe do ex-capitão.
As investigações revelaram que o grupo teria mandado para fora do país, a partir de viagens aos EUA em julho e em 30 de dezembro do ano passado, e tentado vender, ao menos quatro conjuntos de presentes.
Dois dias após a operação, Bolsonaro apenas se pronunciou através da sua equipe jurídica, que divulgou uma nota na noite da última sexta-feira (11).
No documento, a defesa informou que o ex-presidente reitera que “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”.
A nota ainda informou que a defesa peticionou o Tribunal de Contas da União (TCU) em meados de março requerendo “o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”.
Já no sábado (12), Bolsonaro utilizou suas redes apenas para publicar um vídeo abraçando uma criança, desejando “bom sábado a todos”, ignorando as diligências cumpridas contra seus aliados na sexta-feira (11).
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