A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro, planeja apresentar uma lista de prioridades ao presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União-BA), para a fase final dos trabalhos.
Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, a equipe de assessoria da relatora confirmou que ela pretende sugerir prioridades à aprovação de três depoimentos e uma acareação. Uma das pessoas que podem ser convocadas novamente é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma nova oitiva.
A relatora também avalia uma acareação entre o hacker Walter Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ela é acusada de ter levado Delgatti para conversar com Bolsonaro sobre uma suposta invasão às urnas eletrônicas.
Os outros nomes sugeridos por Eliziane Gama devem ser do general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante do Comando Militar do Planalto, responsável pelo quartel do Exército em Brasília onde estava localizado o acampamento bolsonarista, e Marília Alencar, ex-diretora do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que estava no cargo durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Relação de Delgatti com Zambelli e Bolsonaro
Responsável por uma série de acusações durante a CPMI do 8 de Janeiro, o hacker afirmou que Bolsonaro teria oferecido um indulto em troca de uma tentativa de invasão das urnas eletrônicas. Ele alegou ter sido encaminhado ao Ministério da Defesa para discutir detalhes técnicos das urnas.
A acareação seria porque Delgatti também contou que recebeu uma oferta de emprego de Zambelli, que o contratou para atualizar seus sites e redes sociais. Além disso, ele detalhou um plano para incriminar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma conversa telefônica intermediada pela bolsonarista, o ex-presidente teria mencionado um grampo ilegal envolvendo Moraes e solicitado que Delgatti assumisse o crime. O hacker alegou que o plano já estava em vigor naquela ocasião.
Na CPMI, ele afirmou ter recebido R$ 40 mil de Carla Zambelli para invadir sistemas do Poder Judiciário. Agora, agentes buscam detalhes de sua ida ao Ministério da Defesa, onde alegou ter orientado técnicos na elaboração de um relatório sobre as urnas eletrônicas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022.
A Polícia Federal já comprovou diversas das alegações feitas por Walter Delgatti Neto durante sua oitiva na CPMI, incluindo seu encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido da deputada.
Tenente-Coronel Mauro Cid
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, optou por manter silêncio durante seu depoimento à CPMI. Ele justificou sua decisão com base no fato de estar sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em oito inquéritos, cujas questões se relacionam com a investigação da CPMI.
“Estou sendo investigado em uma ampla gama de questões, então, baseado no habeas corpus e na orientação de minha defesa técnica, permanecerei em silêncio”, afirmou o militar durante suas declarações iniciais à comissão.
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