Zambelli processa homem que ela perseguiu com arma de fogo em SP

A fanática já foi condenada por Bolsonaro, que atribui a esse episódio a sua derrota para Lula no 2o turno

Atualizado em 31 de julho de 2023 às 14:28
Deputada Carla Zambelli. (Foto: Reprodução)

A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL) entrou com um processo criminal contra Luan Araújo, jornalista perseguido por ela após uma confusão no bairro dos Jardins, em São Paulo, às vésperas do 2º turno das eleições de 2022. Descontrolada, a aliada do ex-presidente puxou uma arma e correu atrás do homem, que entrou em um bar enquanto ela ameaçava atirar.

No processo, protocolado pela parlamentar na última quarta-feira (26), a defesa alega que Luan foi o responsável pelo início da confusão.

“Insatisfeito com a ideologia política da deputada e visando vitória eleitoral do opositor do então presidente, de maneira extremamente provocativa, o querelado [Luan] iniciou discussão de cunho político, mesmo que a peticionária tivesse solicitado que parasse, até porque estava acompanhada de seu filho que em nada, repita-se, nada se relaciona com sua figura pública”, diz um trecho do documento.

Na ocasião, além de Zambelli ter apontado uma pistola para o jornalista, um dos seguranças da bolsonarista chegou a efetuar um disparo para o alto. O agente, no entanto, foi preso em flagrante após o tiro e a deputada responde hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma de fogo.

Após a repercussão negativa, ela tentou se defender alegando que Luan promoveu “ofensas” contra ela e citou um artigo escrito por ele, publicado no DCM, intitulado “Perca ou não o mandato, o mal que Zambelli me fez segue impune”.

O jornalista diz no texto que a deputada faz parte de uma “seita de doentes, que a segue incondicionalmente e comete atrocidades atrás de atrocidades”. Segundo ele, Carla Zambelli pertence a uma “extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”.

O Ministério Público discordou da tese apresentada pela deputada, afirmando que Luan, em seu texto, não a ofendeu. No entanto, o juiz Fabricio Reali Zia, da Vara Especial Criminal paulista, entendeu que no momento não é possível rejeitar os pedidos da autora da ação e determinou a realização de uma audiência preliminar, ainda sem data para ocorrer.

De imediato, entretanto, o magistrado determinou que Luan remova, em 48 horas, a postagem em que faz referência à deputada federal. A ação ainda cabe recurso.

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