Ziraldo morreu enquanto dormia e estava de cama havia 6 anos após AVC, diz filha

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 19:28
Ziraldo morreu aos 91 enquanto dormia. Foto: Reprodução

Ziraldo faleceu na tarde deste sábado (6) aos 91 anos. Segundo Daniela Thomas, sua filha, o cartunista sofreu falência múltipla dos órgãos, embora a causa oficial da morte ainda esteja para ser confirmada. “Ele simplesmente parou de respirar”, afirmou em entrevista ao UOL.

Ziraldo sofreu um AVC em 2018 e ficou hospitalizado por 28 dias no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul do Rio. Após isso, ele se manteve recluso e raramente foi visto em público. Ele passou os últimos seis anos acamado e recentemente começou a apresentar grande fraqueza e febre intensa, de acordo com Daniela Thomas.

Anteriormente, em 2013, o cartunista também enfrentou um infarto leve enquanto estava em Frankfurt, na Alemanha, e precisou passar por um cateterismo.

O velório de Ziraldo será realizado na Associação Brasileira de Imprensa na manhã de domingo (7), seguido pelo enterro no Cemitério São João Batista às 16h30 do mesmo dia.

Vida e obra de Ziraldo

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 1932, Ziraldo teve sua infância marcada pela leitura e pelas primeiras incursões no mundo das artes. Seu primeiro desenho foi publicado aos seis anos, e desde então sua carreira artística se desenvolveu. Iniciou-se nos anos 1950 na revista “Era uma vez…” e ao longo dos anos, contribuiu com diversos veículos, incluindo “O Cruzeiro” e “Jornal do Brasil”, onde se destacou com charges políticas e cartuns.

O reconhecimento de Ziraldo como autor de histórias em quadrinhos veio na década de 1960, quando publicou a revista da “Turma do Pererê”, explorando o folclore brasileiro. Porém, foi na literatura infantil que ele encontrou seu maior sucesso, com a publicação de “O Menino Maluquinho” em 1980, tornando-se um fenômeno editorial no Brasil.

Ziraldo, criador do Menino Maluquinho. Foto: reprodução

Além de sua carreira artística, Ziraldo também foi um importante ativista político, participando ativamente da resistência à ditadura militar no Brasil. Junto com outros colaboradores de “O Pasquim”, ele lutou pela democracia, enfrentando a censura e inclusive sendo detido em decorrência de suas posições políticas.

Após a redemocratização do país, Ziraldo continuou sua prolífica carreira, dedicando-se principalmente à literatura infantil, com obras que encantaram gerações de leitores brasileiros. Seu legado artístico e político permanece vivo, marcando uma era na cultura brasileira e deixando um impacto duradouro no cenário literário e editorial do país.

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